A história de resistência do povo Krahô, no norte do Tocantins, foi destaque nas telas do Festival de Cannes, na França. O longa ‘A Flor do Buriti’, dirigido pelos diretores João Salaviza e Renée Nader Messora, concorre na mostra ‘Um Certo Olhar’. Representantes do povo Krahô viajaram para a Europa para acompanhar a estreia do filme e foram aplaudidos de pé após a exibição.
Os diretores são os mesmos que venceram o Prêmio Especial do Júri, em 2018, na mesma mostra, com ‘A Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos’, também sobre os Krahô.
A Flor do Buriti foi rodado durante 15 meses em quatro aldeias diferentes, dentro da Terra Indígena Kraholândia. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade atual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme.
O longa viaja pelo tempo ao mostrar que em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontraram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetuado pelos fazendeiros da região. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem com novas formas de resistência.