Sábado, 19 de abril de 2025
Redenção

Os riscos de a guerra entre Hamas e Israel se propagar pelo Oriente Médio

Três graves episódios sugerem a propagação da guerra Israel-Hamas para um conflito regional no Oriente Médio.

O assassinato de Saleh al-Arouri, alto dirigente do Hamas, num reduto do Hezbollah em Beirute, atribuído a Israel. As duas misteriosas explosões no Irã, com 95 mortos durante as homenagens do quarto aniversário da morte de Qassem Soleimani, o poderoso comandante da Guarda Revolucionária. E, por fim, o alerta de 12 países, liderados pelos EUA, aos rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, sobre os sucessivos ataques marítimos no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.

Os incidentes parecem conectados. Número dois do Hamas, Arouri atuava como um importante interlocutor e articulador do grupo palestino com o Hezbollah e o Irã e exercia, mesmo de longe, influência na Cisjordânia.

Seu assassinato pode institucionalizar a expansão da guerra para os países que hospedam dirigentes do Hamas, como Líbano, Catar e Turquia.

O governo israelense não assumiu a responsabilidade pelo ataque em Beirute, mas o aspecto cirúrgico reflete um modus operandi já aplicado pelo país em outros assassinatos preventivos de seus inimigos.

Desde o massacre do Hamas em solo israelense, em outubro, seguido da invasão da Faixa de Gaza, o Hezbollah, com o patrocínio do Irã, vem dando suporte ao grupo palestino, por meio de ataques diários na fronteira norte de Israel.

Estima-se que o Hezbollah disponha de um arsenal de 150 mil mísseis escondidos no sul do Líbano, com capacidade infinitamente maior do que a do Hamas.

Mas, até agora, o grupo vem calibrando a extensão de seus ataques, limitando-se à fronteira, de forma a não arrastar o Líbano para uma guerra. Da última vez que isso aconteceu, em 2006, as consequências foram desastrosas para o país. (Por Sandra Cohen – G1)