Uma aldeia indígena do povo Tembé foi novamente atacada por pistoleiros em menos de uma semana. Os invasores deixaram três quilombolas feridos na quinta-feira (4), incluindo uma adolescente.
A jovem foi encaminhada para tratamento em Belém, com riscos de perder o braço. O estado de saúde das outras duas vítimas não foi informado.
As vítimas estavam em um veículo que foi alvejado próximo à aldeia com cerca de 20 tiros.
O episódio de conflito ocorre um dia após a prisão de Miriam Tembé, liderança indígena que havia denunciado invasão de pistoleiros, ligados a outro grupo indígena, que chegaram ao local atirando também no último dia 30 de dezembro.
Miriam foi presa em Tomé-Açu, no nordeste do Pará para responder por suspeitas de coação no curso do processo e fraude processual, segundo a Polícia Civil local, que cumpriu a ordem de prisão na tarde de quarta-feira (3). A prisão ocorreu dias após ela ter feito as denúncias de invasão.
Clima de tensão
A Força Nacional está atuando na região do conflito, que ficou conhecido como “guerra do dendê”. Lideranças e membros das comunidades tradicionais vivem em constantes episódios de violência com seguranças privados da empresa, que busca controlar as áreas de plantação de dendê. O território é reivindicado pelas comunidades. (Por Taymã Carneiro, g1 Pará — Belém)