Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Redenção

MPF pede à Justiça demarcação de reserva indígena mais afetada pela extração ilegal de madeira no Pará

O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação civil pública contra a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a União pedindo a demarcação da Terra Indígena (TI) Amanayé, em Goianésia do Pará, região sudeste do estado.

Desde 2020, a reserva indígena tem sido o território indígena mais explorado pela extração de madeira no Pará. Entre agosto de 2020 e julho de 2023, foram 2,9 mil hectares afetados – são quase três mil campos de futebol.

O documento do MPF foi encaminhado à Justiça Federal, no dia 15 de agosto, onde o procurador da República Sadi Machado pede ainda o pagamento de R$ 3 milhões em danos morais coletivos aos Amanyé, por causa das violações de direitos que os indígenas têm enfrentado na região.

O MPF ressalta também o alto risco de conflitos contra fazendeiros e plantadores de soja na região por causa da terra. Sadi Machado chamou a atenção, no documento, para a existência de 37 Cadastros Ambientais Rurais (CAR) sobrepostos à reserva indígena.

A área de 163 mil hectares está reservada para os Amanayé desde 1945, por força de um decreto do então interventor federal no Pará Magalhães Barata, mas mesmo depois de quase 80 anos ainda não foi feita a identificação, delimitação e demarcação do território. Por isso que o local ainda é considerado como reserva indígena e não TI.

(Por Denilson d’Almeida, g1 Pará — Belém. Foto: Divulgação redes sociais)