Terça-feira, 22 de abril de 2025
Redenção

Goiânia chega aos 91 anos cada vez mais versátil

Criada com uma mentalidade urbana e com raízes no solo rural, Goiânia nasceu para reposicionar Goiás como capital, substituir a imagem de um estado atrasado e simbolizar o moderno, segundo historiadores. Nesta quinta-feira (24), ao completar 91 anos, a cidade exala versatilidade. Nas ruas, a simplicidade acolhedora dos goianienses se complementa com o luxo ostentação que destaca a capital nacionalmente.

 

“Goiânia é uma capital que mescla o urbano com o rural, o campo com a cidade, a tradição com a modernidade, o nacional com o regional, o sertão com o litoral. O habitante da cidade tem uma conexão muito forte com essas duas dimensões”, explicou o historiador Nasr Fayad Chaul.

A identidade do goianiense reflete bem a fusão entre tradição e modernidade, muitas vezes impulsionada pelo agronegócio. De um lado, há listas de espera para a compra de carros de luxo, joias e mansões; de outro, famílias que mantêm tradições, como as pamonhadas, e se reúnem para prosear na porta de casa no fim da tarde. Nesta reportagem, mergulhe na versatilidade da capital e conheça a quase centenária Goiânia.

Goiânia foi projetada por Pedro Ludovico na década de 1930 para integrar Goiás ao projeto nacionalista do governo Vargas. Para o historiador Nasr Fayad Chaul, a capital foi criada para contrastar com a antiga capital, cidade de Goiás, que era dominada pelo coronelismo e vista como isolada e atrasada.

Pedro Ludovico, então, usou seu conhecimento para desconstruir essa imagem, trazendo uma nova goianidade que se opunha ao processo histórico e à visão negativa do estado. Inaugurada em 1942, Goiânia incorporou influências culturais francesas e britânicas, adotando o estilo Art Déco, com avenidas que convergiam para o centro de poder, refletindo o Estado Novo, segundo Chaul.

(Por Michel Gomes, g1 Goiás. Foto: Wesley Costa/O Popular)