Quarta-feira, 7 de maio de 2025
Redenção

Coronel usou dados de CNH furtados para esconder identidade em plano contra Moraes

Reprodução / Polícia Federal

A Polícia Federal revelou que o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, suspeito de envolvimento em um plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), furtou dados da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de um homem com quem se envolveu em um acidente de trânsito. De acordo com a investigação, o militar utilizou as informações para adquirir um chip de celular, buscando dificultar a identificação de sua participação nas comunicações do grupo que planejava a ação criminosa.

O acidente e o furto de dados
O episódio ocorreu na BR-060, entre Valparaíso de Goiás (GO) e Anápolis (GO), em um trecho próximo ao restaurante “Sete Curvas”. Após o acidente, o tenente-coronel fotografou a CNH e o CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) do outro condutor, alegando que seria para acionar a seguradora. Posteriormente, os dados foram utilizados para habilitar uma linha telefônica que seria empregada no planejamento da ação clandestina contra o ministro do STF.

Impressões digitais revelaram a autoria
Durante as investigações, a Polícia Federal constatou que Oliveira tirou as fotos dos documentos, já que suas impressões digitais estavam presentes nas imagens capturadas. Peritos do Instituto Nacional de Identificação (INI) analisaram a foto e confirmaram que as digitais do dedo indicador esquerdo coincidem com as do militar.

Os metadados da fotografia reforçaram as evidências. Eles indicaram que a imagem foi capturada em um celular registrado no nome de Oliveira, em 25 de novembro de 2022, nas coordenadas exatas do local do acidente.

Técnica de anonimização militar
O relatório da PF apontou que a utilização de dados furtados para habilitar o chip telefônico segue a técnica de “anonimização”, frequentemente ensinada em doutrinas de Forças Especiais. O objetivo dessa prática é evitar que o verdadeiro usuário seja identificado, especialmente em ações clandestinas.

A partir da linha telefônica habilitada com os dados furtados, as autoridades identificaram o uso na ação planejada para o dia 15 de dezembro de 2022, quando o grupo pretendia executar o plano contra Alexandre de Moraes.

Plano abortado de última hora
Embora os militares envolvidos no plano estivessem preparados para agir na data combinada, a operação foi cancelada de última hora. A PF destacou que o grupo chegou a montar a estratégia e estava posicionado para executar a ação.

Essa descoberta integra as investigações da Polícia Federal relacionadas à Operação Contragolpe, que busca desarticular organizações que atuaram para desestabilizar o Estado democrático de direito no Brasil. A apuração segue com o objetivo de revelar todos os detalhes e responsabilizar os envolvidos.

FONTE: ( Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília, Reprodução / Polícia Federal)