Segunda-feira, 14 de abril de 2025
Redenção

Presidente do Panamá diz que ‘nenhuma nação vai interferir’ na administração do Canal

O presidente do Panamá, José Raul Mulino, divulgou uma carta após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos na segunda-feira (20), rejeitando o discurso do republicano, que disse que “vai retomar o controle do Canal do Panamá”.

Mulino afirmou que “nenhuma outra nação no mundo vai interferir na nossa administração”.

“O Canal é e continuará a pertencer ao Panamá e a sua administração continuará sob o controle panamenho no que diz respeito à sua neutralidade permanente. Não há presença de nenhuma nação no mundo que interfira na nossa administração.”

O presidente panamenho ainda ressalta que o Canal “não foi concessão de ninguém” e que poderá usar o Direito Internacional para defender a região dos EUA caso seja necessário.

Em seu discurso de posse, Trump disse que os Estados Unidos “gastaram mais dinheiro do que nunca em um projeto antes e perderam 38 mil vidas na construção do Canal do Panamá”.

“Os navios americanos estão severamente sobrecarregados e não são tratados de forma justa, e isso inclui a Marinha dos Estados Unidos. E, acima de tudo, a China está operando o Canal do Panamá. E não demos para a China. Demos-o ao Panamá e vamos recuperá-lo.”

Os Estados Unidos construíram grande parte do canal e administraram o território ao redor da passagem por décadas, mas a assinatura de acordos entre o país e o governo panamenho, em 1977, abriu caminho para o retorno do canal ao controle total do Panamá em 1999, após um período de administração conjunta.

A hidrovia, que permite a passagem de até 14 mil navios por ano, é responsável por 2,5% do comércio marítimo global e é essencial para as importações de automóveis e produtos comerciais dos EUA por navios porta-contêineres da Ásia, e para as exportações de commodities dos EUA, incluindo gás natural liquefeito.

(Por Redação g1. Foto: Daniel Becerril/Reuters)