A suspeita de corrupção na realização de 26 obras públicas em Goiás envolve o pagamento de R$ 10 milhões antecipados e uma mudança irregular no contrato com a empresa vencedora de licitação, informou a Polícia Civil.
Na terça-feira (28), O ex-presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) Lucas Vissotto e outras sete pessoas foram presas por suspeita de irregularidades em um contrato de R$ 27 milhões.
A defesa de Lucas Vissotto disse que ele está à disposição das autoridades para “demonstrar a inexistência de quaisquer irregularidades”. O texto, enviado pelo escritório de advocacia Di Rezende, disse que irá entrar com pedido de revogação da prisão, que foi considerada “descabida e desproporcional”.
O advogado da empresa Prime, envolvida no caso, Alexandre Lourenço, disse que aguarda acesso aos documentos da investigação e que espera que o direito a ampla defesa e ao contraditório seja garantido.
O Governo de Goiás reforçou em nota que as suspeitas de irregularidades partiram dos sistemas de controle do estado, conforme divulgado pela Polícia Civil (PC). A atual gestão afirmou que não “passa pano” para ninguém, e que colaborou e continuará colaborando com as investigações.
Contrato de manutenção
De acordo com o delegado Danilo de Souza, a licitação começou com a contratação de empresa para realizar serviços de manutenção predial preventiva e corretiva. As intervenções seriam realizadas em 26 espaços públicos, como aeródromos, postos da Polícia Militar Rodoviária (PMR), e até o Palácio Pedro Ludovico Texeita e a sede da Goinfa.
O investigador relatou que o processo começou com uma adesão da agência a uma ata de registro de preços da 2ª Região Militar do Exército. Danilo disse que havia um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) proibindo que órgãos externos pudessem aderir à ata e que é preciso investigar como a Goinfra aderiu esse processo.
Contrato de obras
Apesar da irregularidade apontada pelo delegado na adesão da ata, a licitação foi realizada e a empresa Prime venceu o processo. Danilo informou que uma das primeiras requisições de despesa foi de R$ 5 milhões, para intervenções nos aeródromos.
No entanto, houve uma mudança no contrato, que passou a ter como objeto a contratação de empresa para execução de obras de serviços de engenharia. Com os aditivos, o valor do contrato chegou a R$ 27 milhões, informou a PC.
(Por Gilmara Roberto, Thauany Melo, g1 Goiás. Foto: Divulgação/Polícia Civil)