O crime organizado no Brasil lucra mais com a venda ilegal e contrabando de combustíveis e bebidas do que com o tráfico de cocaína, de acordo com um estudo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Os grupos criminosos acumularam uma receita acima de R$ 146 bilhões anuais a partir de 2022 com combustíveis, bebidas, cigarro e ouro. Já a droga gerou receita de R$ 15 bilhões.
Em primeiro lugar está o setor de combustíveis, com um total estimado pelo estudo do FBSP de R$ 61,5 bilhões, o que representa 41,8% da receita do crime organizado, segundo o relatório. São 13 bilhões de litros comercializados ilegalmente todos os anos, com perdas fiscais de R$ 23 bilhões.
De acordo com o FBSP, esse montante de 13 bilhões de litros daria para abastecer toda a frota de veículos do país por três semanas completas (mais de 500 milhões de carros, considerando um tanque médio de 50 litros), sem interrupção.
Entre os principais atos ilícitos envolvendo a economia do crime de combustíveis estão a adulteração (acrescentando solventes ou outras substâncias ao combustível para diminuir o custo e obter lucro), roubo de cargas e de dutos, bombas fraudadas, postos piratas, venda sem emissão de nota fiscal, fraudes em operações interestaduais, empresas de fachada e desvios em importações e exportações.
Segundo o relatório, o crime organizado se beneficia de falhas no controle e fiscalização do Estado. “Apesar de avanços, o setor carece de um sistema nacional integrado de rastreamento, dificultando o combate à ilegalidade”, diz o estudo.
(Por Redação g1. Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)