Sábado, 19 de abril de 2025
Redenção

Pesquisa Datafolha mostra que o presidente alcançou o pior nível de aprovação de todos os seus três mandatos

Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14) aponta que 24% dos eleitores brasileiros aprovam o governo do presidente Lula (PT) e que 41% reprovam. Segundo o Datafolha, é o pior nível de aprovação em todos os três mandatos do presidente Lula, e a reprovação também é recorde.

Analisando a pesquisa mais recente com as anteriores do terceiro mandato de Lula, é possível destacar a estabilidade no início da gestão e a mudança de cenário a partir do final do ano passado, com a inflação alta e as crises envolvendo a portaria da Receita sobre o PIX.

Além da economia, há outros fatores que podem explicar a queda na aprovação do governo Lula, que enfrenta um contexto complexo no momento.

Pontos para entender o baixo índice de popularidade do presidente:

Economia: a crise do PIX, que gerou uma onda de fake news sobre a fiscalização do meio de transferência — extremamente popular — pode ser apontada como um dos principais fatores, aliada a outra questão enconômica: a explosão nos preços dos alimentos.

Contexto internacional: a esquerda está fragilizada globalmente, enquanto a direita está fortalecida. A vitória de Trump é um exemplo.

Oposição eficaz: a oposição tem sido mais eficaz aqui no Brasil em criticar e fragilizar o governo em diversas frentes.

Erros do governo: quando o governo comete erros, a oposição amplifica esses problemas, algo que não acontecia tanto nos governos anteriores.

Cansaço com o governo: há uma sensação de que o governo é antigo e não traz novas pautas, o que gera um desejo de mudança.

Dificuldade de comunicação com jovens: o governo tem dificuldade em se comunicar com os jovens, que estão mais inclinados a discursos de empreendedorismo e estado menor.

Valores conservadores: o crescimento de valores mais conservadores na população, que o governo não consegue alcançar.

Esquizofrenia política: o governo foi eleito com uma aliança de centro, mas enfrenta pressões para implementar pautas de esquerda, causando uma espécie de esquizofrenia política.

O levantamento ouviu 2.007 eleitores de 113 cidades entre segunda-feira (10) e terça-feira (11). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

(Por Julia Duailibi, Felipe Turioni. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)