Sábado, 19 de abril de 2025
Redenção

PGR prepara denúncia de Bolsonaro: aliados montam ofensiva, e STF vê embate

A expectativa pela denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe está movimentando os gabinetes de Brasília.

A ação está na mesa do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet. Praticamente finalizado, o documento foca na atuação de Bolsonaro, que integrou e liderou uma organização criminosa formada para dar um golpe de Estado no país, segundo a Polícia Federal.

No Congresso, aliados do ex-presidente ecoam o discurso de que o 8 de janeiro de 2023 foi um ato de vandalismo, e não uma tentativa de golpe. Afirmam que, por isso, não é possível comprovar sua culpa, e questionam novamente o processo eleitoral de 2022.

Já no STF, os ministros se preparam para virar alvo de ataques nas redes sociais e nas tribunas das Casas legislativas.

Ofensiva nas redes

Desde o 8 de Janeiro, parlamentares bolsonaristas têm adotado o discurso de que os ataques às sedes dos Três Poderes foram um ato de revolta popular sem coordenação.

Para a Polícia Federal, porém, a cúpula do governo Bolsonaro incentivou os atos e houve financiamento para as ações. Bolsonaro e assessores diretos foram indiciados pela PF, e o documento serve como base para a denúncia que a PGR vai oferecer ao Supremo.

A teoria da revolta popular, junto com o fato de que Bolsonaro não estava no país naquela data (ele viajou dias antes para os Estados Unidos), deve ser repetida à exaustão por parlamentares em uma campanha para enfraquecer a denúncia junto ao STF.

(Letícia Casado/Colunista do UOL. Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR)