A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro criou um dilema para as articulações eleitorais da direita, especialmente para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, potencial candidato à presidência em 2026.
Antes mesmo da denúncia se tornar pública, Tarcísio já havia sinalizado reservadamente a aliados que aceitaria disputar a Presidência, mas condicionava sua candidatura ao aval de Bolsonaro.
A movimentação inclui articulações importantes, como a conversa entre Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário de governo de São Paulo, com Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes. Kassab, que tem ampliado sua influência política com crescimento em número de prefeituras e bancadas no Congresso, trabalha para viabilizar a candidatura de Tarcísio.
O cenário é complexo para a direita, que teme a fragmentação de candidaturas. Além de Tarcísio, surgem nomes como Ronaldo Caiado, enquanto parte do núcleo duro bolsonarista, como Ciro Nogueira, presidente do PP, defende “alguém com sobrenome Bolsonaro na cédula”. Há ainda a preocupação com o surgimento de um “outsider” que possa atrair votos do eleitorado bolsonarista mais radical.
(José Roberto de Toledo e Thais BilenkyColunistas do UOL. Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP)