O ano de 2024 escancarou a intensidade da crise climática induzida pela atividade humana, com indicadores atingindo patamares inéditos e consequências que poderão ser sentidas por séculos. É o que revela o mais recente relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial, a agência climática da ONU), divulgado na terça-feira (18), que também destaca os severos impactos econômicos e sociais decorrentes de eventos climáticos extremos.
“O nosso planeta está emitindo mais sinais de alerta – mas este relatório mostra que limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ºC ainda é possível. Os líderes precisam agir para que isso aconteça, aproveitando os benefícios das energias renováveis limpas e baratas para seus povos e economias – com novos planos climáticos nacionais previstos para este ano”, António Guterres, secretário-geral da ONU.
O que aconteceu?
2024, o ano mais quente registrado. O relatório “Estado do Clima Global” da OMM confirma que 2024 foi, provavelmente, o primeiro ano calendário a ultrapassar a marca de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, registrando uma temperatura média global próxima à superfície de 1,55 (com margem de erro de mais ou menos 0,13 °C) acima da média de 1850-1900. Foi o ano mais quente nos 175 anos de registros observacionais.
(Patrícia Junqueira De Ecoa, em São Paulo. Imagem: Getty Images via BBC)