Quarta-feira, 9 de abril de 2025
Redenção
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Juiz que teria usado identidade falsa por 40 anos tem pagamento cortado

O juiz aposentado que virou réu na Justiça de São Paulo sob a acusação de falsidade ideológica e uso de documento falso prestou depoimento à Polícia Civil em 2 de dezembro de 2024 e, três dias depois, se mudou do endereço onde vivia na capital paulista.

Desde então, o paradeiro do juiz Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, de 67 anos — que na verdade se chama José Eduardo Franco dos Reis, segundo o Ministério Público —, é desconhecido pelos investigadores.

Na sexta-feira (4), o juízo da 29ª Vara Criminal de São Paulo expediu mandado de citação para que Reis seja comunicado sobre a ação penal contra ele e possa apresentar defesa. A denúncia foi recebida pela Justiça na segunda-feira (31).

Na noite de sexta, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou em nota que o presidente da Corte, Fernando Antonio Torres Garcia, “decidiu suspender administrativamente, até nova ordem, pagamentos de quaisquer naturezas” que seriam feitos ao juiz Wickfield.

As impressões digitais dele foram coletadas e comparadas eletronicamente no banco de dados da Polícia Civil. Essa tecnologia passou a ser aplicada em 2014 a todas as pessoas que tiram RG em São Paulo.

A comparação das impressões digitais apontou indícios de que havia duas pessoas com marcas idênticas. Os investigadores, então, passaram a analisar os documentos dessas duas pessoas e descobriram ser uma só.

(Por Reynaldo Turollo Jr, g1 — São Paulo. Foto: Antonio Carreta/TJSP)