A Justiça Federal condenou uma brasileira que mora nos Estados Unidos como mandante do assassinato de uma prima em Eldorado do Carajás, no sudeste do Pará, e de envolvimento no crime de tráfico internacional de mulheres.
A condenação, realizada pela 1ª Vara da Subseção Judiciária de Marabá, ocorreu na quarta-feira (9) e foi divulgada nesta sexta-feira (11), pela Justiça Federal.
Elziane Neres Lima foi condenada a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão. A Justiça determinou que a brasileira seja extraditada para o Brasil.
Os advogados da acusada defenderam a inocência de Elziane, alegando que as investigações não colheram elementos capazes de comprovar a participação da denunciada no assassinato e no crime de tráfico internacional de mulheres.
Denúncia
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em 2005, Elziane Lima garantiu que duas irmãs, uma amiga e uma prima entrassem ilegalmente nos Estados Unidos.
Para pagar a entrada ilegal, as mulheres tinham que trabalhar como dançarinas em casas noturnas e a exercer a prostituição para pagar a dívida feita com Elziane Lima.
Segundo a denúncia, a cobrança do dinheiro era feita sob constantes ameaças de denunciar as mulheres às autoridades locais caso elas não fizessem o pagamento.
Ainda de acordo com o MPF, Sheila Ribeiro de Sousa, prima da ré, não aceitou trabalhar como dançarina e a se prostituir para pagar o alto valor cobrado por Elziane.
Com a recusa, a ré ameaçou matar membros da família da prima no Brasil. Em 2004, a ré teria contratado dois homens para matar Solange Ribeiro, irmã de Sheila Ribeiro de Sousa.
Elziane Neres Lima chegou a ser presa pela Interpol no dia 4 de junho de 2010, em New Jersey (EUA), mas a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal foi revogada, sob a condição da ré atender aos comunicados emitidos pela Justiça.
Homicídio
Em 5 de outubro de 2024, em Eldorado dos Carajás. A vítima, embora tenha sido socorrida e hospitalizada, morreu no dia 15 de outubro, num hospital de Belém.
Os dois acusados de atuar como executores do crime foram julgados e absolvidos por insuficiência de provas, em Júri Federal realizado no ano de 2007.
Para os procuradores do MPF, baseado em depoimentos de testemunhas e em outros elementos existentes nos autos, tem a convicção de que a ré foi a mandante intelectual do assassinato da própria prima, além de ter participado ativamente do tráfico internacional de mulheres.
(Por g1 Pará — Belém. Foto: divulgação)