Em um golpe que abalou a confiança de comunidades inteiras, a polícia desbaratou um esquema de pirâmide financeira que deixou cerca de cinco mil vítimas em Parauapebas e região com prejuízos financeiros e sonhos destruídos. A ex-candidata a vereadora Gleicy Martins Feitosa, conhecida como “Manga Rosa” (PV), foi presa ao lado de João Paulo da Silva, capturado em Eldorado dos Carajás.
O suposto líder da organização, identificado como “Governador Rafa”, permanece foragido, desafiando as autoridades enquanto as investigações tentam rastrear seu paradeiro e desmantelar completamente a rede criminosa.
O funcionamento da pirâmide financeira é tão simples quanto cruel: os golpistas atraíam vítimas com promessas irreais de lucro, garantindo dobrar o valor investido em pouco tempo. Para sustentar a ilusão, o esquema dependia da entrada constante de novos participantes, cujos aportes eram usados para pagar os investidores iniciais, criando uma fachada de sucesso. No entanto, como toda pirâmide, o colapso era inevitável.
Quando o fluxo de novos “investidores” secou, o castelo de cartas desmoronou, deixando milhares de pessoas — muitas das quais investiram economias de uma vida inteira — sem retorno e com dívidas.
Os prejuízos vão além do financeiro. Pirâmides financeiras exploram a vulnerabilidade, a esperança e a confiança de suas vítimas, frequentemente pessoas de baixa renda ou em busca de soluções rápidas para dificuldades econômicas. O impacto psicológico é devastador: famílias se desestruturam, relações de confiança se rompem, e o sentimento de traição se mistura à vergonha de ter caído no golpe.
Em Parauapebas, relatos de vítimas descrevem desde a perda de recursos para necessidades básicas até o endividamento com empréstimos feitos na esperança de lucros fictícios.
Fachada criminosa
A operação “Pirâmide na Areia” revelou a sofisticação do grupo, que operava sob a fachada de empresas aparentemente legítimas. A Justiça determinou o bloqueio de valores ligados a uma dessas companhias, mas a recuperação do dinheiro pelas vítimas é incerta, já que grande parte dos recursos pode ter sido dissipada ou transferida pelos criminosos.
A prisão de “Manga Rosa” e João Paulo expõe como o esquema se valia de figuras conhecidas localmente para atrair confiança, enquanto o “Governador Rafa”, o arquiteto do golpe, segue escapando da lei.
(Blog Ze Dudu/Transcrito do site Ver-o-Fato. Foto: divulgação)