Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Redenção

Queda nos nascimentos e alta do salário mínimo pressionam rombo previdenciário

Gasto com benefícios previdenciários soma R$ 577 bilhões até julho e deve superar R$ 1 trilhão em 2025. Alta deve consumir boa parte do espaço para gastos livres ano que vem. Ministro Fernando Haddad disse que governo não discute nova reforma neste momento.

O pagamento de benefícios previdenciários pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado, somou a marca inédita de R$ 577 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, de acordo com números do Tesouro Nacional.

O valor, que é recorde histórico para o período, ficou próximo dos R$ 600 bilhões.

A comparação histórica é possível porque os valores foram atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial.

Nos últimos três anos, o décimo terceiro dos aposentados foi antecipado e pago, de forma integral, ainda no primeiro semestre.

A previsão do governo, para todo este ano, feita em julho, é de que o pagamento de benefícios previdenciários some R$ 923 bilhões, o que representará uma queda na comparação com o ano passado. Os valores foram corrigidos pela inflação para possibilitar uma comparação.

Analistas têm apontado que a projeção deste ano estaria subestimada pelo governo, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os gastos do ano de 2023 foram inflados pelo pagamento de precatórios atrasados pela gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro — que aprovou uma PEC sobre o assunto. O que inflou os números do ano passado (base de comparação).

(Por Alexandro Martello, g1 — Brasília. Foto:: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)