A abertura de áreas de pastagem foi a principal causa do desmatamento da Amazônia entre 1985 e 2023, aponta um levantamento inédito do MapBiomas divulgado nesta quinta-feira (03).
Imagens de satélite analisadas pela rede mostram que, nesse período, a área de pastagem cresceu mais de 363%, passando de 12,7 milhões de hectares para 59 milhões.
Isso representa uma expansão de 46,3 milhões de hectares em menos de quatro décadas. Com isso, somente em 2023, os pastos ocupavam 14% da Amazônia.
Segundo o monitoramento, na região conhecida como Amacro (um trecho que abrange 45 milhões de hectares no Amazonas, Acre e Rondônia), o crescimento foi ainda mais expressivo. Na região, a área de pastagem se expandiu 11 vezes, resultando na perda de quase toda a vegetação nativa.
Entre 1985 e 2023, 13% da perda líquida de vegetação na Amazônia aconteceu nessa região, que é conhecida como “fronteira do desmatamento”.
O levantamento aponta ainda que, nesse período: mais de 90% das áreas desmatadas na Amazônia tiveram como primeiro uso a pastagem; e que a agricultura também foi responsável por parte do desmatamento, com um pico em 2004, quando 147 mil hectares foram derrubados diretamente para esse fim, embora esse número tenha caído consideravelmente nos anos seguintes, principalmente devido à moratória da soja (que restringe a compra do grão).
(Por Roberto Peixoto, g1. Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo)