Há mais de dois séculos os paraenses saem em procissão para homenagear Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, padroeira do estado. Do achado da imagem, em 1700, até a procissão que reúne mais de 2 milhões de fiéis no segundo domingo de outubro muita coisa mudou. Neste domingo (13), ocorre procissão mais importante do Círio.
Segundo Márcio Neco (historiador e cientista da religiã), os historiadores apontam o ano de 1700 como o ano do “achado” (aparição) da imagem de Nossa Senhora. Segundo a tradição, um pescador chamado Plácido encontrou a santa na beira de um rio, em Belém.
Por duas vezes ele teria levado a imagem para casa, mas no dia seguinte ela voltava misteriosamente para o mesmo lugar onde foi achada. Plácido, então, construiu no local uma pequena ermida – ou capela, na área conhecida como Largo de Nazaré.
O cientista da religião explica que o público se dirigia até aquela pequena ermida para levar seus votos, fazer seus agradecimentos e orações.
“Nós reproduzimos um pouco da experiência da aparição (achado). A nossa grande procissão reproduz a experiência de Plácido, pois conduzimos a imagem da Catedral até a Basílica todos os anos. De uma igreja a outra”, afirma.
Primeiro Círio
Segundo especialistas, o primeiro Círio ocorreu em 8 de setembro de 1793, no Brasil Colônia. A procissão foi instituída pelo então governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Maurício de Souza Coutinho.
Márcio Neco afirma que Francisco Coutinho percebeu que existia uma grande devoção acontecendo na cidade. Por ser católico, o governador vai também ser devoto de Nossa Senhora de Nazaré.
(Por Marcus Passos, g1 Pará — Belém. Foto: Marcelo Souza/Agência Pará)