Movimentos sociais publicaram na segunda-feira (14) uma nota coletiva denunciando a morte, tentativa de assassinato e tortura de trabalhadores rurais, em área ocupada por famílias sem-terra, durante uma operação da Polícia Civil do Pará, na última sexta-feira (11), em Marabá, sudeste do Pará.
A nota, assinada por sete associações, entre elas a Comissão Pastoral da Terra (CPT), afirma que a operação “Fortis Status”, realizada na fazenda Mutamba, deixou dois homens mortos, identificados como Adão Rodrigues de Sousa, e Edson Silva e Silva, além de feridos. Quatro pessoas foram presas.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários de Marabá (Deca), disse, em nota, que duas pessoas morreram após “entrarem em confronto com a polícia”.
A operação da Deca, comandada pelo delegado Antonio Mororo Junior, informou ainda que as quatro pessoas presas são suspeitas de associação criminosa e porte ilegal de armas.
Sobre as denúncias de morte, tentativa de assassinato e tortura, o g1 solicitou posicionamento da Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), mas não havia obtido resposta até a última atualização da reportagem.
A área da fazenda que está em disputa tem 12.229 hectares e cinco alqueires, e está ocupada por cerca de 200 famílias sem-terra da Associação Rural Terra Prometida.
Uma decisão, de março deste ano, do juiz da Vara Agrária Regional, Amarildo José Mazutti, foi contestada pela Defensoria Pública, que alegou omissão quanto ao cumprimento da função social da terra. O juiz rejeitou o recurso, afirmando que não havia omissão ou obscuridade na decisão.
(Por G1/PA. Foto: Divulgação/PC)