Domingo, 20 de abril de 2025
Redenção

Estiagem tem provocado escassez de água potável, dificuldades de navegação e impactos na agricultura no rio Xingu

A estiagem que afeta a Região Norte do Brasil tem provocado escassez de água potável, dificuldades de navegação e impactos na agricultura. Imagens de satélite de um trecho do rio Xingu, no Pará, mostram os reflexos da estiagem prolongada na região.

Segundo o boletim do Serviço Geológico do Brasil (SGB), no dia 15 de outubro de 2024, o rio Xingu chegou a 237 cm, o menor nível já registrado para esta época do ano.

Antes disso, a mínima histórica era de 254 cm, referente a 30 de novembro de 2023, de acordo com registros da estação de monitoramento localizada na cidade de Altamira. Em condições normais, o nível do rio deveria estar em 475 cm no mês de outubro.

As imagens de satélite feitas no mês de setembro em dois anos diferentes, 2023 e 2024, retratam isso. Neste intervalo de um ano é possível ver como a diminuição das chuvas alterou a paisagem do rio Xingu.

Os registros de satélite são mosaicos. Ou seja, foram utilizadas todas as imagens do mês de setembro de 2023 e de setembro de 2024, capturadas pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), um instituto de pesquisa dedicado ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Situação crítica

O trecho do rio Xingu onde ocorreu a captura fica próximo à usina Hidrelétrica de Belo Monte Belo, em Altamira, no sudoeste do Pará – a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil, atrás apenas da binacional Itaipu.

Em setembro deste ano, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica no rio Xingu e seu afluente, o rio Iriri, até o dia 30 de novembro.

Por conta da estiagem e a consequente redução da vazão do rio Xingu, a usina de Belo Monte funcionou no início de setembro com apenas 2 das 18 turbinas.

A Norte Energia, concessionária da usina, não quis informar se esse protocolo de funcionamento com apenas 2 turbinas está mantido até o momento.

(Por Marcus Passos, Cristiane Prado, g1 Pará — Belém. Foto 2: Rio Xingu/Imazon)