Sábado, 19 de abril de 2025
Redenção

Adepará cancela registros de fazendas ilegais na Terra Indígena Apyterewa em São Félix do Xingu

A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) cancelou os registros de 130 fazendas ilegais na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no sul do Pará. O cancelamento atende um pedido do Ministério Público Federal (MPF) feito há um ano.

A informação sobre o cancelamento foi encaminhada pela Adepará ao MPF no dia 22 de outubro e divulgada na quinta-feira (31).

Para o MPF, ao viabilizar a emissão desse tipo de documento, o Estado do Pará “fomenta o desmatamento, a grilagem de terras públicas e a pecuária irregular na região”.

A recomendação foi enviada pelo MPF à agência em outubro de 2023, indicando a necessidade da desativação do cadastro de 177 áreas.

Porém, a Adepará no início de 2024, a Adepará não cumpriu a recomendação alegando que o cancelamento dos registros poderia gerar risco sanitário ao rebanho paraense.

Diante disso, o MPF solicitou à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que informasse em quais desses imóveis rurais ilegais ainda havia cabeças de gado.

O pedido do MPF à Funai considerou que uma grande quantidade de bovinos foi retirada da TI durante a operação de retirada de intrusos – que vem sendo realizada há um ano.

Só em outubro de 2024 a Adepará atendeu a medida, porém cumprindo parcialmente. O MPF disse que segue “cobrando o cancelamento dos registros das 47 fazendas ilegais restantes”.

Boi Pirata

A recomendação enviada à Adepará fez parte de um conjunto de medidas do relatório “Boi Pirata: a pecuária ilegal na Terra Indígena Apyterewa”, elaborado pelo MPF.

No total, os dados do relatório Boi Pirata deram origem a 85 processos ajuizados pelo MPF contra responsáveis pela venda irregular de quase 50 mil cabeças de gado na TI Apyterewa.

Ao todo, o MPF requer mais de R$ 115 milhões em indenizações para a recuperação da área e a proteção da etnia Parakanã, que habita o local.

(Por g1 Pará — Belém. Foto: Divulgação/Adepará)