A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o estado brasileiro pelo desaparecimento de 11 jovens da Favela de Acari, em 1990, e pelos homicídios de dois parentes que investigavam o caso. O crime aconteceu em um sítio em Suruí, Magé, na Baixada Fluminense.
A decisão foi lida pela presidente do órgão na Costa Rica, na quarta-feira (4).
Os familiares das vítimas esperavam a sentença havia 34 anos e 5 meses — um crime que jamais teve solução e que só continuou vivo por causa do Movimento Mães de Acari.
Os jovens tinham dito para os pais que passariam o fim de semana no sítio, mas não voltaram para casa. No dia do desaparecimento, seis homens armados usando capuz entraram na casa e levaram os garotos em dois carros. Os corpos dos jovens nunca foram encontrados.
A principal suspeita é que eles tenham sido mortos por um grupo de extermínio que atuava na Baixada Fluminense na década de 90. Os chamados Cavalos Corredores eram policiais militares comandados pelo alto escalão do Batalhão de Rocha Miranda, Zona Norte do Rio.
“O sítio é nosso, onde tudo aconteceu. Eu não consigo ir lá. Como pode você ter uma propriedade e não conseguir pisar nela? Isso aqui tem um valor que, monetariamente, não condiz a tudo o que a gente está vivendo e sentindo. Por um lado paralelo a isso, a gente se sente honrado por termos conseguido essa resposta tão positiva”, disse Vanine de Souza Nascimento, parente de duas vítimas.
(Por Gabriela Moreira, Anita Prado, RJ2. Foto: Reprodução/TV Globo)