Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Redenção

Observatório já calcula que 2024 será o ano mais quente da história humana

Novembro de 2024 foi o segundo mais quente da história, com temperatura média global de 14,10°C, atrás apenas de novembro de 2023, indicam novos dados do observatório Copernicus, da União Europeia. Para os cientistas, é praticamente certo que 2024 será o ano mais quente da história e o primeiro a superar o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.

A superação agora “não significa que o Acordo de Paris tenha sido rompido, mas significa que ações climáticas ambiciosas são mais urgentes do que nunca”, disse Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus.

O mês foi o 16º, em um período de 17 meses, em que a temperatura global ficou mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), com 1,62°C, segundo o conjunto de dados ERA5, que utiliza bilhões de medições de satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas ao redor do mundo.

A ciência previa que a superação do aumento de 1,5°C nas temperaturas globais em relação aos níveis pré-industriais aconteceria por volta de 2030 a 2050, dependendo da intensidade das emissões de gases de efeito estufa e das políticas climáticas adotadas.

Em entrevista para Ecoa em novembro, o físico e pesquisador Paulo Artaxo, um dos principais especialistas brasileiros em mudanças climáticas, explicou que não se trata de erro nas previsões. “A questão é que os compromissos das reduções de emissões dos países não estão sendo cumpridos. Por causa da não redução de emissões de gases de efeito estufa e o não cumprimento das NDCs, inclusive pelo Brasil, a situação climática está se deteriorando rapidamente, como a ciência previa. O aumento dos eventos climáticos extremos, não só no Brasil, mas em todos os países do nosso planeta, é exatamente o que a ciência previa nos modelos climáticos”, disse.

(Uol/ De Ecoaem São Paulo. Foto: Amanda Perobelli)