Farmácias de traficantes internacionais de drogas suspeitos de fraudar o programa Farmácia Popular recebiam de R$ 60 mil e R$ 90 mil, por mês, por meio do projeto do governo federal, segundo informou a Polícia Federal nesta quinta-feira (13). Antes de serem envolvidas com os crimes, as empresas recebiam repasses de até R$ 5 mil mensais.
Para a realização dessas fraudes, eram realizadas vendas fictícias de medicamentos, os quais nunca foram entregues aos clientes indicados. A Polícia Federal também detalhou que os investigados utilizaram dados de consumidores sem o conhecimento ou consentimento deles.
O grupo é suspeito de comprar cocaína da Bolívia, Colômbia e Peru para revender no Entorno do Distrito Federal. Para financiar o tráfico de drogas, os criminosos adquiriram farmácias cadastradas no Farmácia Popular e fraudaram as notas fiscais.
Segundo a investigação da Polícia Federal, o grupo agia da seguinte forma:
Os investigados adquiriam empresas que estavam cadastradas no programa Farmácia Popular, mas que haviam encerrado suas atividades;
Faziam alterações societárias nessas empresas e, na maioria dos casos, as vinculava a terceiros (pessoas jurídicas e interpostas);
Essas alterações eram intermediadas por um investigado que atuava como uma espécie de “despachante” junto aos órgãos públicos atuantes no programa;
Depois dessas alterações, aumentava-se o número de lançamentos de medicamentos comercializados pelo programa, seja na modalidade gratuidade ou subsidiada;
Em seguida, eram liberados pagamentos aos envolvidos, que usavam vários métodos para dificultar a identificação dos reais beneficiários.
(Por Thauany Melo, g1 Goiás. Foto: Divulgação/PF)