O PSOL é um partido rachado. A discussão sobre apoio incondicional ou não ao governo Lula abriu um balaio que armazenava anos de mágoas e ressentimentos.
O que aconteceu
Os deputados se referem aos colegas de bancada por xingamentos. Em entrevistas ao UOL, usaram termos como “mentiroso”, “imaturo” e “palhaço”.
Brigas não são novidade no PSOL —a convenção de 2009 terminou em cadeirada. A diferença é que agora envolve os parlamentares e está se tornando pública, em gestos políticos e em matérias na imprensa.
Quem xinga fala no anonimato —e esses são maioria. Aqueles que se identificam mantêm os bons modos, mas admitem que a bancada de deputados está expondo o partido de forma negativa.
A divergência existe porque há mais de década o PSOL se dividiu em duas alas. A mais poderosa possui oito deputados e tem Guilherme Boulos à frente. O grupo minoritário reúne cinco parlamentares.
A ala majoritária defende apoio ao governo Lula. Seus integrantes reconhecem contradições e defeitos, mas consideram o petista como única alternativa para combater a ascensão de Jair Bolsonaro (PL) e da extrema direita.
O grupo acusa a ala minoritária de ter “atitude de DCE [Diretório Central dos Estudantes]”.
(Felipe Pereira/UOL, em Brasília. Imagem: Fotos Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)