Na década de 1980, Fernando Afonso Collor de Mello ficou conhecido como o “caçador de marajás”. O ex-presidente preso na madrugada desta sexta (25) ganhou notoriedade e projeção nacional enquanto governador do Alagoas, em 1987, ao emplacar uma campanha contra salários desproporcionais de funcionários públicos, os quais apelidou de “marajás” (título dado a príncipes indianos).
“Será que é justo um apadrinhado dos poderosos ganhar até 50 salários para ficar sentado em seu trono de marajá?”, declarava o então candidato à presidência pelo PRN, em campanha eleitoral de 1989.
“E você, que dá duro 8 horas por dia, ganhar um salário que não dá para sequer pagar a mensalidade escolar dos seus filhos?”, Collor perguntava.
Um dos jingles de Collor em 1989 se chamava “Chegou a hora de acabar com os marajás”.
“Eu iniciei uma cruzada que chegou ao Brasil inteiro: a caça aos marajás”, ele dizia no horário eleitoral. “Marajá, corrupto e boa-vida, esses vão para a rua”, ele dizia.
Com 35 milhões de votos, Collor foi eleito presidente no mesmo ano do discurso contra os salários dos servidores públicos, na primeira eleição direta após a ditadura militar.
Em 1992, deixou a Presidência após sofrer um impeachment, em 29 de setembro, culpado por crime de responsabilidade ao usar cheques fantasmas para o pagamento de despesas pessoais.
(Por G1. Foto: Protásio Nene/AE)