Ben não queria tirar o pijama. Há dias, ele dormia e, depois, brincava no jardim, na cama elástica ou subia em árvores, com a mesma roupa de dormir.
Ben havia acabado de entrar na escola Summerhill, um centenário internato britânico que permite que as crianças estabeleçam suas próprias normas. Por isso, ninguém podia obrigá-lo a tomar banho ou trocar de roupa.
Os dias passavam e Ben ficava cada vez mais sujo. Até que seus colegas chegaram ao limite. Eles levaram o caso à assembleia semanal, que decide democraticamente tudo o que acontece na escola.
A assembleia decidiu que Ben não poderia continuar assim. Surgiu então uma nova regra que seria acrescentada às cerca de 400 normas que regem o internato: a regra do pijama.
Ben podia passar o dia todo de pijama? A assembleia decidiu que sim. Mas, à noite, ele precisaria trocar de roupa e vestir outro pijama.
Assim é Summerhill, a escola onde as crianças têm a liberdade de estabelecer suas próprias normas e não é obrigatório assistir às aulas.
Fundada em 1921 pelo educador escocês Alexander Sutherland Neill (1883-1973), Summerhill baseia-se na premissa “freedom but not licence” (“liberdade, mas não licença”, em inglês). E, cem anos depois, muitos ainda consideram que esta filosofia é um experimento radical.
Segundo ela, as crianças devem ter liberdade para fazer o que desejarem, desde que não interfira na liberdade dos demais. Isso inclui a liberdade de aprender o que quiserem, quando e como quiserem. (Por BBC/G1)