Um estudo realizado em 8 estados do Brasil em 2022 colocou o Pará com o segundo maior percentual de negros mortos em operações policiais: foram 93,90% dos casos em que havia identificação da raça ou cor das vítimas. O Pará só ficou atrás da Bahia, com 94,76%.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informou que de “janeiro a outubro de 2023, o Pará alcançou redução de 22% nas Mortes por Intervenção de Agentes do Estado se comparado ao mesmo período de 2022.
Pela primeira vez o Pará foi incluído no monitoramento da Rede de Observatórios da Segurança, que divulgou o estudo feito em oito estados “Pele Alvo: A Bala Não Erra O Negro”, com base em dados divulgados pelas secretarias de segurança pública, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Um caso a cada 14 horas
Em números absolutos, 631 pessoas foram mortas pela polícia no Pará em 2022. O dado já coloca o Pará como a terceira unidade federativa com maior número de vítimas da violência de agentes de segurança, com um caso a cada 14 horas.
Piauí (39), Pernambuco (91), Maranhão (92), Ceará (152), São Paulo (419), Pará (631), Rio de Janeiro (1.330) e Bahia (1.465).
No caso do Pará, as 631 mortes estão divididas por raça ou cor assim: 13 brancos, 22 pretos, 178 pardos, 418 não tem informação de cor.
Epicentro da violência policial
Belém foi a cidade que concentrou mais mortes por policiais, com 83 casos, seguida por Parauapebas, distante 700 quilômetros, com 41 vítimas em 2022. Ananindeua vem em terceiro lugar, com mais 35 casos.
Lucas Moraes explica que a dinâmica crucial dessas mortes ocorre pela chamada “Operação Vingança”, quando algum agente de segurança é morto e há uma espécie de revanche por parte dos policiais. (Por Marcus Passos e Tayana Narcisa, g1 Pará — Belém)