Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Redenção

Ações do governo federal contra garimpo ilegal são ineficientes e área devastada cresce 7% na Terra Indígena Yanomami

As ações do governo federal de combate à desassistência sanitária na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, e de retirada de garimpeiros não estão sendo aplicadas de forma eficiente, e as áreas atingidas pelo garimpo ilegal no território chegaram a 5.432 hectares em 2023. É o que aponta uma nota técnica divulgada nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Socioambiental (ISA) e a Hutukara Associação Yanomami, com base em dados de um monitoramento do Greenpeace Brasil.

Os dados foram divulgados no mês em que a emergência sanitária declarada pelo governo federal na região completa um ano (leia mais ao final da reportagem). A nota técnica destaca ainda que a atividade ilegal continua impactando a saúde dos Yanomami, que sofrem com avanço da malária e falta de atendimento médico.

Sobre o assunto, o Ministério da Saúde informou que aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater as principais doenças, como a malária e desnutrição no território Yanomami. Além disso, disse que investiu R$ 220 milhões em ações no território.

Já o Ministério dos povos Indígenas destacou que investiu mais de R$1 bilhão para o enfrentamento da emergência.

Segundo o levantamento, das 37 regiões da Terra Indígena Yanomami, 21 apresentaram registros de desmatamento associado ao garimpo: Alto Catrimani, Alto Mucajaí, Apiaú, Arathau (Parima), Auaris, Balawau, Demini, Ericó, Hakoma, Homoxi, Kayanau (Papiu), Maturacá, Missão Catrimani, Palimiu, Papiu (Maloca Papiu), Parafuri, Surucucus, Uraricoera, Waikás, Waputha e Xitei.

(Por Yara Ramalho, Samantha Rufino, Kellen Barreto, g1 RR e TV Globo em Brasília — Boa Vista)